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Prémio Semana ALV 2018

A Semana ALV 2018 terminou e é com agrado que divulgamos os premiados deste ano.

Foi atribuído o Prémio Semana ALV 2018, ao Programa para a Inclusão e Literacia Digital, desenvolvido pelo Departamento de Desenvolvimento e Formação da Câmara Municipal de Lisboa.

O júri, constituído por Ana Maria Dias Bettencourt, com o estatuto de presidente, Luís Jacob e Ana Cláudia Valente, atribuiu ainda duas Menções Honrosas

- Centro Qualifica Agrupamento Escolas Henrique Sommer

- Município de Ílhavo

Hoje destacamos algumas atividades relevantes que o Programa para a Inclusão e Literacia Digital desenvolve.

Programa para a Inclusão e Literacia Digital

O exercício pleno e autónomo de cidadania é hoje indissociável do domínio de competências digitais. Não obstante, metade da população portuguesa não possui as competências digitais necessárias para utilizar a internet (Comissão Europeia, 2018), sendo o risco de exclusão digital ainda mais elevado para os idosos, pessoas com poucos rendimentos ou com baixos níveis de qualificação. Apenas 31% das pessoas pertencentes a, pelo menos, um destes grupos, possui competências digitais básicas.

Partindo de motes como: “facebook? Somos tu cá, tu lá!” e “Email? Tenho um desde que nasci!”, o Programa para a Inclusão e Literacia Digital (PILD) da CMLisboa procura desmistificar o uso quotidiano da tecnologia, para que os cidadãos possam, de uma forma simples e prática, ultrapassar receios e encontrar vantagens na sua utilização.

Através das oficinas práticas “Competências Digitais”, destinadas a todos os públicos, nas quais se realizam desafios digitais que exploram o potencial democrático, crítico e criativo da internet e da tecnologia, os participantes conquistam “medalhas digitais” - ferramenta de microcredenciação baseada no standard Open Badges, que evidencia e certifica o domínio das competências digitais incluídas no “Passaporte Competências Digitais”.

O “Passaporte Competências Digitais”, publicado pela autarquia, integra 10 competências em domínios fundamentais de literacia digital como a comunicação online, a criatividade digital, a segurança e privacidade ou até mesmo a programação, formuladas a partir do Quadro Europeu de Referência das Competências Digitais DIGCOMP e do Projeto LIDIA do Instituto de Educação da ULisboa. O passaporte constitui um portefólio online de “medalhas digitais”, permitindo ao utilizador incluir as suas competências no CV, demonstrar às entidades empregadoras as suas capacidades ou partilhar os desafios conquistados nas redes sociais.

A missão, metodologia, atividades e resultados dão conta das especificidades do PILD e decorrem de cinco princípios orientadores:

1) O acesso a recursos digitais, por si só, não empodera os indivíduos. Saber utilizá-los, sim.

Partindo do conceito ‘digital divide’, o PILD assume que os recursos digitais são uma ferramenta de empoderamento para os que lhe têm acesso, mas principalmente, para quem possui competências que lhes permita utilizá-los com sucesso. Definiu-se, assim, como públicos-alvo prioritários os idosos, pessoas com poucos rendimentos, com baixos níveis de qualificação ou desempregados e identificou-se a primeira comunidade a abranger: o bairro de intervenção prioritária de Marvila. Em colaboração com um equipamento público profundamente enraizado na vida da comunidade, a Biblioteca de Marvila, identificaram-se as melhores estratégias de divulgação e mobilização. Como resultado da divulgação junto das associações locais de moradores, desportivas, culturais e na própria Biblioteca, inscreveram-se mais do triplo dos participantes previstos.

2) Ninguém está interessado em aprender o que já sabe.

A valorização das competências, dos conhecimentos e das atitudes que os indivíduos já detêm - adquiridos experienciais, potenciou:

- a criação de instrumentos específicos de diagnóstico de competências digitais e de identificação das expetativas dos participantes;

- de planos de sessão com desenho curricular flexível e aberto, que se adaptam aos interesses e às competências dos participantes;

- o “Passaporte de Competências Digitais”, que documenta as aprendizagens e as competências já certificadas e contribui para a criação de percursos individuais de aprendizagens.

3) A aprendizagem não se encontra confinada à sala de aula ou de formação. Decorre da experiência.

A concretização desta ideia-força é possibilitada pela implementação do modelo Open Badges, que permite a validação e o reconhecimento de aprendizagens, capacidades e competências e promove um maior envolvimento, tornando visível o percurso de aprendizagem de cada participante e abrindo caminho para a auto-exploração, com maior liberdade e autonomia, dos seus interesses.

4) Na era digital, a aprendizagem é conectada, social e ao longo da vida

Esta ideia-força é sustentada pela adoção da abordagem Connected Learning e implementação de mecanismos de jogo ou gamificação (medalhas, missões, narrativas de jogo), como elementos prioritários do desenho curricular das sessões.

5) O aprendente é o centro do processo educativo e formativo

Inspirado na Educação Problematizadora, de Paulo Freire, que entende a aprendizagem como uma leitura crítica do mundo, o PILD estabelece como princípio metodológico das oficinas, a resolução de problemas do quotidiano, para que através do pensamento crítico e da colaboração, se encare o recurso às tecnologias, não como um fim, mas como um meio para o exercício pleno da cidadania.

A concretização desta ideia-força é reforçada pela adoção dos seguintes princípios Connected Learning:

- os planos de sessão centram-se impreterivelmente nos interesses dos participantes;

- as atividades facilitam e promovem a auto-aprendizagem e a co-aprendizagem;

- as atividades são marcadamente experienciais, tiram partido do quotidiano dos participantes e organizam-se em torno de objetivos co-construídos com os participantes;

Os atuais desafios digitais das oficinas e as competências digitais do Passaporte, partem da experiência acumulada desde 2014 com os workshops Hour of Code e Book Trailer e dos resultados alcançados nas 20 oficinas em Marvila, tendo sido emitidas 190 “medalhas digitais”. Em 2018, alargou-se a iniciativa a Alvalade, com 10 novas oficinas e realizou-se o primeiro curso de Capacitação de Formadores do PILD, que permitirá o alargamento da iniciativa a toda a cidade; reforça a sustentabilidade do programa, potenciando o seu impacto na população com maior défice de participação e apoia a sua contínua reformulação em torno da missão a que se propõe: promover uma cidadania digital mais ativa, informada e responsável e contribuir para uma cidade mais inclusiva e criadora de oportunidades.